segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Nosso Lar" é novo campeão de público

Por Tatiane Smoginski
Ed. 53 - Jornal Tribuna do Pará

Em apenas duas semanas de exibição, o longa brasileiro “Nosso Lar”, de Wagner de Assis, está liderando o ranking de filmes nacionais nas bilheterias de todo o país. O filme que é baseado na mais famosa obra psicografada por Chico Xavier, levou somente nesta última semana 400 mil pessoas às salas de cinema. No total de dez dias o longa já acumulou 1,6 milhão de espectadores com uma bilheteria de mais de R$ 16 milhões, deixando em segundo lugar o grande sucesso das telonas “Karate kid”.
A adaptação conta a história de André Luiz, um famoso médico que deixa a vida material e acorda num outro plano. Mas o que ele vê não se parece nada com o céu: criaturas sombrias num ambiente cheio de sofrimento e dor. Mesmo desencarnado ele não entende porque ainda sente fome, sede e frio. Socorrido deste lugar, André Luiz é levado para a Colônia Espiritual Nosso Lar. É lá que começa a se recuperar e entender o que está acontecendo consigo mesmo.
 O longa “Nosso Lar” está entre as 23 produções nacionais candidatas a representar o país na corrida por uma vaga que irá concorrer ao prêmio de “Melhor Filme de Língua Estrangeira”, no Oscar 2011. No dia 23 de setembro, uma Comissão de Seleção decidirá qual longa vai disputar com outras produções estrangeiras uma das cinco vagas da categoria.  Grandes sucessos de bilheteria, como “Lula, o Filho do Brasil”, “Chico Xavier” e “O Bem Amado” fazem parte da lista.
Vem por aí
Três grandes produções estrangeiras já com datas de estréias previstas, também prometem movimentar as bilheterias de todo o país nos próximos meses. A famosa saga adaptada dos jogos de vídeo game “Resident Evil 4 - Recomeço” está com a estréia prevista já para o dia 17 deste mês. Uma das adaptações que leva multidões de espectadores ao cinema está com estréia prevista para o dia 19 de novembro, em sua penúltima aventura “Harry Potter e as Relíquias do Morte – Parte 1”, já deixa os fãs ansiosos e atentos para a data da estréia. “As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada”, é outra saga que também já levou milhões de pessoas ao cinema e está em sua terceira aventura. O longa está com a estréia prevista para o dia 3 de dezembro. 

Violência nas escolas

Por Tatiane Smoginski
Ed. 52 - Jornal Tribuna do Pará

Os casos de violência dentro das escolas tem se proliferado a cada dia e ganhado destaque nas manchetes dos principais veículos de comunicação do Brasil e do mundo. Em Belém não acontece diferente. Os noticiários locais estão sempre trazendo notícias que acabam confirmando as estatísticas desse fenômeno tão alarmante na sociedade atual. Dados da última pesquisa realizada com a comunidade escolar, em Belém, revelaram que o envolvimento com a formação de gangues (42,8%) e o uso de drogas (41,46%) são os principais tipos de manifestação da violência dentro das escolas.
Na última semana dois casos de violência entre jovens estudantes foi registrado pela polícia. Um grupo de 20 menores foi apreendido portando armas, quando estariam se preparando para agredir outros alunos da escola Estadual Jarbas Passarinho, localizada na Avenida 24 de setembro. Quatro jovens maiores de idade foram detidos, os menores foram encaminhados para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data). Na última quarta-feira um adolescente de 15 anos foi agredido, dentro da Escola Estadual Ana Teles, em Benevides. Segundo a vítima a violência teria sido causada por uma brincadeira que ele havia feito com o agressor. O adolescente chegou a ser chicoteado nas costas pelo acusado. O caso foi registrado no livro de ocorrências da escola e também na delegacia de Benevides.
Para o Coordenador do “Observatório de Violência nas Escolas” (projeto de pesquisa criado em 2004), Prof. Dr. Reinaldo Pontes, em três anos o cenário da violência nas escolas não mudou. Ele conta que a pesquisa que foi realizada em 2006 pelo Observatório e publicada em 2007, revelou dados alarmantes das relações sociais e da violência nas escolas da capital. Ao todo 1.770 pessoas, entre educadores, colaboradores e pais, foram ouvidos em 24 escolas estaduais de nível fundamental e médio, em Belém.
                Segundo dados levantados através da pesquisa além da violência física existem ainda outras formas de violência que são muito visíveis nas escolas. A formação de gangues e o uso de drogas aparecem no topo da lista como outros tipos de manifestação de violência, logo em seguida vem o porte de arma branca (28,12%) e de arma de fogo (12,78%). Segundo Reinaldo Pontes esses tipos de violência também podem ser observados em escolas particulares de classe média, mas na realidade esses problemas são típicos das escolas públicas. “Os jovens carentes que vivem em situações mais precárias estão também mais vulneráveis a se envolver com pessoas que podem levá-los a cometer esses tipos de crimes”, ressalta o professor.
Reinaldo alerta ainda para a violência psicológica, que toma grandes proporções atualmente nas salas de aula. Segundo a pesquisa a agressão verbal (62,72%), as ameaças (35,74%) e as humilhações (27,26%) são as principais formas de violência psicológica encontradas nas escolas. Segundo o professor existe ainda uma forma de violência psicológica com sua modalidade eletrônica, que é muito encontrada em escolas particulares de classe média e, é conhecida como “cyberbulling”- forma de agressão psicológica que utiliza a internet para denegrir a imagem das pessoas principalmente através dos sites de relacionamento. “Existem muitos casos de jovens que chegam a abandonar a escola por causa de violências desse tipo. Muitas vezes a violência psicológica chega a ser tão ou mais agressiva quanto a física”, afirma  Reinaldo.
Para solucionar os problemas de violência nas escolas, Reinaldo Pontes acredita que o Governo precisa implantar programas de incentivo que possam retirar os jovens das situações de risco e de vulnerabilidade. “Não adianta fazer um trabalho somente dentro das escolas, é preciso que os jovens sejam acompanhados também do lado de fora. E também não adianta implantar projetos e programas apenas em metade das escolas, sendo que as outras estarão esquecidas. É necessário que todas sejam atendidas, ou caso contrário, o problema nuca irá se resolve”, afirma Pontes.