domingo, 16 de maio de 2010

As Chuvas e o Trânsito em Belém

Por Tatiane Smoginski
Jornal Tribuna do Pará - Ed. 35


As fortes chuvas que têm caído ultimamente em Belém, vem trazendo alguns transtornos para a população, principalmente para os motoristas que precisam redobrar a atenção no trânsito. Entre os vários perigos causados pelas chuvas, os intensos congestionamentos e a pouca visibilidade acabam se tornando uma das principais armadilhas causadoras de acidentes. De acordo com o diretor de trânsito da Companhia de Transportes do Município de Belém (CETEBEL), Joaquim Souza, cerca de 45 a 60 acidentes são registrados pela Companhia diariamente na capital durante o período chuvoso, sendo que fora desse período esse número reduz, ficando entre 25 a 30 casos diários.
Segundo Joaquim, existe uma diferença nos números de acidentes levantados pela CETEBEL e pelo Centro Integrado de Operações (CIOP), já que em alguns casos os condutores envolvidos acabam entrando em acordo e não registrando o incidente diretamente ao Centro do CIOP, que é o responsável pelo levantamento oficial dos números de acidentes no trânsito. A CETEBEL atende a todas as chamadas de acidentes de trânsito e toma as medidas no que dizem respeito à sinalização, desobstrução e demarcação das vias, e ainda a identificação e orientação de condutores envolvidos nos acidentes.  O condutor que é envolvido em qualquer tipo de acidente de trânsito, também é orientado pela CTBEL a comunicar o CIOP, para que façam o levantamento mais detalhado do acidente e registrem os números.
O diretor da CETEBEL afirma ainda que durante o período chuvoso os números de acidentes no trânsito aumentam consideravelmente pela questão da falta de atenção dos condutores, e da falta de respeito ao limite de distância que deve haver entre os veículos. Para o motorista de táxi, Manoel Júnior, os principais problemas que ele enfrenta quando está dirigindo durante uma chuva, são as enchentes, os congestionamentos e a falta de guardas de trânsito para orientar os condutores em determinadas situações. “Eles precisam estar presentes nessas horas em que o trânsito fica ainda mais caótico, mas geralmente eles somem na hora da chuva”, desabafa o taxista.
Já para o taxista Carlos Leonardo, o grande problema que ele encontra ao dirigir durante as chuvas é a falta de segurança. Para ele o policiamento é fraco principalmente nas regiões onde há pontos de alagamentos, o que acaba facilitando a ação de assaltantes. “Quando chove muitas vezes eu nem saio para trabalhar. Os assaltantes aproveitam que as ruas estão alagadas para nos assaltar. Muitos dos meus amigos já caíram nessa cilada dos bandidos”, conta Carlos.
Outro perigo que também se agrava com a presença das fortes chuvas, são os buracos, que alem de aumentarem nessa época, acabam trazendo prejuízos para alguns motoristas, como é o caso de Fábio Luis que teve problemas com seu veículo após cair em um buraco durante um forte temporal. Fábio ressalta que os grandes problemas com enchentes em Belém são causados pela falta de conscientização da população que joga lixo em vias públicas. “Se cada um fizesse sua parte, tenho certeza que nós não passaríamos por tantos problemas com alagamentos”. Para se proteger de eventuais acidentes, Fábio conta ainda que prefere não sair de casa até que a chuva tenha parado. “Assim eu não corro o risco de cair em outro buraco ou até coisa pior”, diz.
Para organizar o tráfego, a CETEBEL tem realizado o patrulhamento das vias com equipes que ficam espalhadas por toda a cidade. A CETEBEL também utiliza uma espécie de controle do tempo dos semáforos em pontos onde os congestionamentos são intensos e em vias com grandes fluxos de veículos. Joaquim Souza alerta que os condutores devem respeitar o limite de velocidade e manter a distância necessária entre os veículos, e o principal, redobrar a atenção em dias chuvosos. Para ele essas são as principais dicas a serem seguidas por qualquer condutor, seja ele experiente ou não. “Um acidente em dias de chuva causa muitos transtornos. Devemos estar sempre alertas para evitar essa uma situação desse tipo”, ressalta.

Comitê Dorothy Stang fala sobre o julgamento de Regivaldo Galvão

Por Tatiane Smoginski
Jornal Tribuna do Pará - Ed. 34

Após a condenação do fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, acusado de ser um dos mandantes da morte da missionária norte-americana, Dorothy Stang, parte do Comitê Dorothy voltou para Anapu com sentimento de dever cumprido. Regivaldo, o “Taradão” foi o último acusado pela morte da morte da missionária a ser julgado e condenado a 30 anos de reclusão.  Dorothy Stang, foi assassinada com seis tiros, em fevereiro de 2005, em Anapu, sudoeste do Pará.
De acordo com Virginia Moraes, integrante do Comitê, a condenação da madrugada do último sábado (1),  encerra os processos de manifestações pelos apoiadores da causa Dorothy. Com as condenações dos quatro acusados, nada ainda ficou definido em relação às próximas atividades do Comitê Dorothy. Virginia afirma que vários elementos ainda serão avaliados para definir o futuro do grupo. Ela diz  que todos ficaram satisfeitos com as condenações, mas ressalta que os produtores que participam do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), em Anapu, continuam sofrendo ameaças e perseguições constantemente e que ainda existem muitos casos de impunidade na região.
 Segundo Virginia, as famílias que fazem parte do PDS continuam produzindo, mas passam por dificuldades. Ela relaciona os problemas no desenvolvimento da agricultura à ausência do poder público e à lentidão para se desenvolver programas que facilitem a vida dos agricultores. “O povo está feliz pelas terras garantidas, mas os avanços que eles receberam ainda é pouca coisa”, ressalta.
Durante os cinco anos do Comitê, o grupo já fez várias parcerias com outros movimentos, como o MOVIDA - Movimento Pela Vida, que reúne dezenas de familiares de vitimas da violência no estado do Pará. 
Atualmente, o Comitê também apóia grupos que são contra a polêmica construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. “Nós não vamos deixar de dar apoio a essas pessoas. Esse projeto causará um impacto muito grande, principalmente para os povos indígenas da região”.

 Virginia esclarece que não existe um coordenador eleito para o Comitê. O grupo se reúne e decide o que cada um irá fazer em determinada situação.O Comitê Dorothy conta atualmente com dez integrantes efetivos.