domingo, 16 de maio de 2010

Comitê Dorothy Stang fala sobre o julgamento de Regivaldo Galvão

Por Tatiane Smoginski
Jornal Tribuna do Pará - Ed. 34

Após a condenação do fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, acusado de ser um dos mandantes da morte da missionária norte-americana, Dorothy Stang, parte do Comitê Dorothy voltou para Anapu com sentimento de dever cumprido. Regivaldo, o “Taradão” foi o último acusado pela morte da morte da missionária a ser julgado e condenado a 30 anos de reclusão.  Dorothy Stang, foi assassinada com seis tiros, em fevereiro de 2005, em Anapu, sudoeste do Pará.
De acordo com Virginia Moraes, integrante do Comitê, a condenação da madrugada do último sábado (1),  encerra os processos de manifestações pelos apoiadores da causa Dorothy. Com as condenações dos quatro acusados, nada ainda ficou definido em relação às próximas atividades do Comitê Dorothy. Virginia afirma que vários elementos ainda serão avaliados para definir o futuro do grupo. Ela diz  que todos ficaram satisfeitos com as condenações, mas ressalta que os produtores que participam do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), em Anapu, continuam sofrendo ameaças e perseguições constantemente e que ainda existem muitos casos de impunidade na região.
 Segundo Virginia, as famílias que fazem parte do PDS continuam produzindo, mas passam por dificuldades. Ela relaciona os problemas no desenvolvimento da agricultura à ausência do poder público e à lentidão para se desenvolver programas que facilitem a vida dos agricultores. “O povo está feliz pelas terras garantidas, mas os avanços que eles receberam ainda é pouca coisa”, ressalta.
Durante os cinco anos do Comitê, o grupo já fez várias parcerias com outros movimentos, como o MOVIDA - Movimento Pela Vida, que reúne dezenas de familiares de vitimas da violência no estado do Pará. 
Atualmente, o Comitê também apóia grupos que são contra a polêmica construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. “Nós não vamos deixar de dar apoio a essas pessoas. Esse projeto causará um impacto muito grande, principalmente para os povos indígenas da região”.

 Virginia esclarece que não existe um coordenador eleito para o Comitê. O grupo se reúne e decide o que cada um irá fazer em determinada situação.O Comitê Dorothy conta atualmente com dez integrantes efetivos.



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